Finalizando nossa série de 3 postagens sobre Lisboa, irei mostrar um pouco da chamada cidade baixa. A historia de Lisboa assim como os principais acessos da cidade e a culinária da região já foram contadas no post sobre a
Alfama e o castelo de São Jorge, logo, neste post irei mostrar um circuito de visita que vai da Praça dos restauradores até a Praça do comercio. Para realizar o passeio conforme mostrado aqui basta pegar o Metro e descer na estação Restauradores e caminhar até a Praça do Comércio.
Praça dos restauradores - Situada no extremo sul da Avenida da Liberdade, a Praça dos restauradores foi construída para comemorar a libertação de Portugal do domínio Espanhol em 1 de Dezembro de 1640. No dia 1 de Dezembro de 1910, nesta celebre Praça foi hasteada pela primeira vez a atual bandeira portuguesa que ganhou seu layout após a Implantação da República Portuguesa.
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Praça dos Restauradores - Marco importante do povo português. |
No centro da praça temos um obelisco com 30 metros que foi construído em honra daqueles que morreram durante a guerra da Restauração. Na base do obelisco temos duas figuras de bronze representando o gênio da Vitória segurando na mão esquerda uma palma e na mão direita uma coroa de louros. Do outro lado do monumento temos a figura de um jovem rebentando os grilhões que o aprisionavam representando o gênio da liberdade e da independência. Alem das estatuas é possível ler algumas placas que resumem algumas batalhas contra os espanhóis...
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Obelisco na Praça dos restauradores - Gênio da Victória coroando os heróis da restauração. |
Praça do Rossio - A Praça Pedro IV conhecida como Praça do Rossio é uma das Praças mais bonitas e antigas de Lisboa. Na época do império romano o local era o hipódromo da cidade, já na idade média o local ganhou destaque com a construção do belíssimo Hospital de Todos os Santos e do Convento de São Domingos que impressionava pela sua riqueza. Na período das trevas era neste local que a inquisição punia os "hereges". Infelizmente boa parte das construções dessa época foram destruídas nos terremotos que devastaram Lisboa restando somente a Capela mor do Convento de São Domingos.
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Praça do Rossio - Ponto de encontro de turistas e lisboetas. |
A praça que possui duas fontes monumentais e um obelisco de 27,5 metros com a controversa estatua de Pedro IV (D. Pedro I no Brasil) cuja base possui figuras representando a Justiça, a Temperança, a Prudência e a Moderação. A controvérsia fica por conta da lenda que a estatua de Pedro IV - O Rei-Soldado na verdade é a estatua do imperador Maximiliano do México, fato negado pelo escultor ( mais curiosidades sobre a praça
clique aqui).
Em um dos extremos da praça está localizado o imponente Teatro Nacional D. Maria II que foi inaugurado em 1846 no mesmo local que abrigava o Palácio dos Estaus conhecido como Tribunal da Inquisição. Para obter informações sobre a agenda do Teatro
clique aqui.
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Vista do Teatro Nacional D. Maria II a partir da Praça do Rossio. |
Estação do Rossio - A estação projetada pelo Arquiteto José Luis Monteiro em 1887 e inspirada na Estação de Saint-Lazare de Paris, a Estação do Rossio foi construída para ser a principal estação ferroviária de Portugal. Hoje alem da estação de metro, o local abriga as linhas de trens que levam os turistas a belíssima cidade de Sintra (Não percam Sintra por nada!!!!).
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Fachada neo-manuelina da estação do Rossio. |
O destaque da estação fica por conta da sua fachada neo-manuelina recheada de símbolos e elementos característicos de período artístico como cordas e esferas armilares. A entrada da estação é inspirada no Sebastianismo (lenda que dizia que D. Sebastião não havia morrido no Marrocos e voltaria para salvar Portugal dos estrangeiros) onde temos uma estatua de D. Sebastião no centro de duas portas em formato de Ferradura, as ferraduras do cavalo de D. Sebastião.....
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Detalhe da entrada principal da estação |
Igreja de São Domingos - Localizado no lado oposto a estação do Rossio, a Igreja de São Domingos de Lisboa teve sua construção iniciada no ano de 1241 sob as ordens de D. Sancho II sendo ampliada por seus sucessores D. Afonso III e D. Manuel I que construirão o convento anexo a igreja. Sendo maior igreja lisboeta de sua época, foi neste local que D. João I, Mestre de Avis convocou as Cortes de Coimbra.
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Fachada da Igreja de São Domingos - Lisboa |
Apesar da idade da igreja, o edifício tem uma fachada barroca em consequência dos terramotos de 1531 e de 1755, que destruíram o local com exceção da sacristia e a capela-mor. Em 13 de agosto de 1959, o local voltou a sofrer um desastre só que desta vez com um violento incêndio destruiu por completo os altares em talha dourada e varias imagens e pinturas sacras expostas no interior das capelas. Após anos de reforma, a igreja reabriu ao público em 1994, sem restaurar completamente seu interior onde ainda hoje é possível ver os estragos causado pelo fogo.
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Interior da Igreja de São Domingos. |
Atualmente a igreja classificada como monumento nacional abriga o tumulo de túmulo de D. Afonso, filho de D. Afonso III alem da metade do lenço usado por Lúcia e o terço usado por Jacinta Marto no dia da aparição de N. S. de Fátima.
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Altar mor da Igreja de São Domingos. |
Elevador de Santa Justa - Continuando o passeio por Lisboa podemos seguir pela famosa Rua Augusta até o elevador de
Santa Justa ou elevador do Carmo. O elevador foi construído em ferro entre 1898 e 1902, e assim como seu primo soteropolitano (O elevador Lacerda) liga a parte baixa da cidade (Rua de Santa Justa) com a parte alta (Largo do Carmo), o preço para usar o elevador é de
1,50 € e do alto é possível contemplar uma dos mirantes bonitos de Lisboa.
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Rua Augusta e seus bares e comercio - Lisboa Portugal |
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Elevador de Santa Justa |
Contrariando algumas lendas que ligam a construção do elevador de Santa Justa com Gustave Eiffel (responsável pela construção da Torre Eiffel), apesar da construção utilizar técnicas de materiais desenvolvidas na França de Eiffel, o elevador de Santa Justa foi projetado por Raoul Mesnier du Ponsard.
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Vista do Bruno no largo do Carmo |
As vista do alto do elevador é talvez é a mais bela de Lisboa, daqui é possível avistar a Praça do Rossio, O castelo de São Jorge e o Rio Tejo.
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Vista do Castelo de São Jorge vista do alto do Elevador |
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Vista para o Tejo e Praça do Comercio do alto do elevador |
Convento do Carmo - As ruínas deste convento situado ao lado do elevador de Santa Justa (na parte alta) no bairro do Chiado é considerada por muitos o local mais bonito de Lisboa. Fundado pelo Condestável Nuno Alvares Pereira (Quer conhecer um pouco mais sobre o Condestável de Portugal, leia nosso post sobre o
mosteiro da Batalha) em 1389. O convento foi o local que Nuno Alvares Pereira escolheu para sua reclusão e tumulo. O Santo Condestável doou todos os bens para o convento.
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Vista das ruínas do Convento do Carmo da cidade baixa. |
Em 1755 o terremoto que destruiu a cidade de Lisboa vitimou também o convento que não foi reconstruído, hoje restaram apenas os arcos da nave central da igreja do convento. A visitação ao local custa
3 € e permite acesso ao
museu arqueológico do carmo que expõe peças pré-históricas portuguesas, livros raros, múmias (egípcias e peruanas) e o tumulo do Rei D. Fernando I.
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Interior das ruínas do Convento do Carmo [imagem wikipedia]. |
A Praça localizada na Frente do Convento foi palco da famosa
revolução dos cravos que depôs o regime ditador que governava Portugal. O nome revolução dos cravos teve como origem quando os soldados que deveriam conter a revolução tiraram a munição de suas armas e colocaram cravos no cano de suas armas.
Praça do comercio - Uma das maiores praças da Europa, a Praça do comercio ou terreiro do Paço era uma praia com um cais até aproximadamente o ano de 1400. No reinado de D. Manuel I a construção do paço real foi inciada até que em 1511 o monarca transferiu sua residencia que ficava no
Castelo de São Jorge e a Casa da Índia (local responsável por administrar territórios alem mar) para os arredores da Praça.
Em 1755 o terremoto que foi citado em todo o post arrasou o local destruindo os edifícios que aqui estavam assim como a biblioteca real que possuía mais de 70.000 títulos.
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Praça do comercio em Lisboa. |
Projeto de Eugênio dos Santos e Carlos Mardel a atual praça é "abraçada" por charmosos edifícios que foram usadas como complexo Ministerial do governo Salazar. No edifício do lado esquerdo da foto é possível encontrar o escritório de turismo da cidade de Lisboa onde é possível pegar mapas da cidade e obter informações uteis para seu passeio. Aqui também é possível comprar e pegar os ônibus turísticos que fazem um tour pelos principais pontos da cidade por
22 € (há varias opções de passeios mais informações
clique aqui). Quando estiver na praça, não esqueça de visitar o café Martinho da Arcada, o café mais antigo da cidade e um dos locais preferidos de Fernando Pessoa.
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Estatua de José I no centro da Praça do Comercio. |
Neste projeto arquitetônico podemos destacar a estatua de D. José I - O reformador, que foi a primeira estatua de uma pessoa viva exposta em Portugal ( Até então só temas religiosos ganhavam estatuas). Na parte inferior da estatua temos figuras que representam as conquistas portuguesas na Europa e Índia. Na entrada da Rua Augusta temos o Arco do Triunfal Lisboeta, no alto do arco temos a escultura de Calmels onde uma figura feminina representando a Glória, coroando duas outras figuras representando o Génio e o Valor. Na parte inferior do Arco temos os heróis portugueses Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama alem do Marquês de Pombal. O texto inscrito no topo do arco "VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO.PPD" remete aos grandes descobrimentos portugueses e à descoberta de novos povos e culturas, traduzindo o texto temos a seguinte frase “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”......
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